O brincar na primeira infância
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23/07/2024Hoje é dia de reviver uma memória importante na vida de todos nós, isso mesmo, falaremos sobre aquele objeto que foi marcante, durante a infância, para a grande maioria das crianças, os famosos objetos de transição.
Segundo o pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott, os bebês estão habituados a ter toda a atenção, cuidados e contato materno para si, afinal, nos primeiros dias de vida os pequenos imaginam que eles e a mamãe são uma peça só, mas essa história muda um pouquinho quando eles começam a se entender como seres individuais.
Mas afinal, o que são esses objetos?
Você já deve ter assistido ou lido uma HQ da Turma do Charlie Brown, o dono do beagle mais famoso do mundo. Na turminha dele, temos uma representação clara desse objeto, o cobertor azul claro da personagem Linus. Conhecidos como aquelas peças de apego emocional que podem surgir no formato de um urso de pelúcia, um cobertor, uma chupeta e até mesmo partes do próprio corpo, como o dedão da mão ou mechas do cabelo.
Independente das formas, cores e tamanhos que eles tenham, uma coisa é certa, eles são fundamentais durante a primeira infância (0 a 6 anos), pois se tornam um porto seguro que bebês e crianças têm quando a mãe não está por perto.
Qual a importância desses objetos para as crianças?
Eles são de extrema importância, pois ter um objeto de apego é benéfico para auxiliar os pequenos e pequenas a lidarem com seus primeiros conflitos emocionais, sem contar que eles auxiliam no desenvolvimento de qualidades psíquicas, como criatividade, cognição, afetividade e empatia, além de reduzir o que chamamos de ansiedade de separação, distúrbio em que uma criança só pensa no medo inerente quando se separam dos pais ou das figuras familiares.
E agora, meu filho não tem um desses?
Calma, papai e mamãe, isso não é motivo nenhum de preocupação, afinal, nem todas as crianças necessitam de um objeto de transição, justamente por se sentirem seguras, curiosas e autossuficientes para desbravar novos horizontes durante as fases do seu desenvolvimento.
Devo me preocupar com a dependência que eles podem gerar?
Nós do Fadelito, entendemos suas preocupações com o possível apego em excesso da criança com o objetivo em si, no entanto, é importante também que a criança aprenda a se divertir e explorar o mundo sem depender totalmente dele.
Como a escola pode ajudar ou contribuir com o desapego?
Essa é uma pergunta importante a se fazer. Como as crianças passam a maior parte do dia na escola, nós do Fadelito, criamos algumas oportunidades para que este desprendimento ocorra de forma leve e gradual através de atividades lúdicas que envolvam brinquedos, livros, jogos, música, atividades ao ar livre e brincadeiras interativas.
A ideia é estimular cada aluno a participar das atividades demonstrando entusiasmo, incentivamos a independência ao elogiar a criança e valorizar seus esforços para realizar pequenas responsabilidades, aumentando a autoconfiança e o senso de autonomia.
Porém, caso a criança não consiga se afastar do objeto de transição, nós, com amor, paciência e as estratégias certas, conseguimos mostrar a elas que é possível se divertir e explorar o mundo sem depender totalmente do objeto.
Ah! Um alerta importante, lembrem-se que o processo de desmame do objeto de transição deve ser gradual e respeitoso com as necessidades da criança.